FHC na revista Alfa: tentativa de iludir a memória
Desde o final de 2010, iniciou-se nos grandes jornais uma campanha pela reabilitação e reinvenção de Fernando Henrique Cardoso (quem quiser conferir pode ver, entre outras, a edição de agosto da Revista Alfa (http://revistaalfa.abril.com.br/estilo-de-vida/politica/livre-pensar-e-so-pensar/). No centro desta estratégia midiática está a idéia de que Lula não foi generoso com o seu antecessor. Besteira, Lula nem era presidente em 2002 e a campanha eleitoral do PSDB (com Serra à frente) já escondia FHC. O legado do ex-presidente tucano para o Brasil é quase o mesmo que Menem deixou para a Argentina: terra arrasada.
Lembro dos meus amigos que, no final dos anos 1990, concluíam o curso de economia ou ciências sociais na Unicamp (uma das melhores universidades do Brasil) e não viam perspectiva de trabalho no país e ainda tinham de ouvir no noticiário que o problema do desemprego generalizado era a baixa qualificação do brasileiro.
FHC conteve a inflação com a fórmula de juros estratosféricos mais supervalorização do Real, o que asfixiou o empreendedorismo nacional e gerou forte desemprego. Nesse cenário, o “rentismo pelo rentismo” nadou com braços largos e mesmo com a venda de quase todo o patrimônio do Estado (com as privatizações) a dívida pública cresceu e o PIB entrou num buraco sem fundo.
Fernando Henrique é um homem de formação admirável, um dos maiores conhecedores do contexto nacional e internacional contemporâneo, e isso torna ainda mais criminosa a sua política econômica e social que quase levou o Brasil à lona.
Foi por tudo isso que o PSDB esconde FHC desde 2002 e vai ter que continuar escondendo enquanto seu governo estiver na memória dos brasileiros que, como eu, sofreram na pele e na alma suas conseqüências desastrosas.
Padaqui 
Posted on 01/12/2011
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